“Os heróis que quebram mitos se unem”
Antes
de começar esse “eu recomendo”, quero apenas deixar claro duas coisas: 1º se
você ODEIA o Kurumada de corpo e alma, pare agora; 2º se você acha que não pode
vir nada de bom de algo criado por Masami Kurumada, o segundo mestre em
desenhos (Primeiro é Rob Liefeld, por favor), favor também parar por aqui.
Sabendo disso, vamos, sem mais delongas, para o assunto de hoje; vamos falar de
Hero of Heroes, que nada mais é do que um crossover gigantesco entre as
criações do Kurumada-sensei. Peguem suas pipocas, seus guaranás e me
acompanhem.
Considerações gerais:
Hero of Heroes é uma obra
que foi planejada em comemoração aos 40 anos de carreira do Kurumada e começou
a ser serializada na Champion Red em 19 de dezembro de 2013 e segue em
publicação até hoje, tendo apenas um volume encadernado. O roteiro é assinado
pelo próprio Kurumada, mas o traço ficou a cargo da Yun Kouga, que deixou os
personagens mais bonitos, digamos assim. Um ponto para se deixar claro desde já
é que nosso querido roteirista tinha (ou tem, vai saber o que se passa naquela
mente) a intenção de homenagear seus protagonistas principais, aqueles que
fizeram sucesso nas páginas da Jump nos anos 80, logo a história é bem focada
neles, mas como é algo que o Kurumada escreveu... há pecados.
Vamos começar do começo
para não ficar feio... A história em si é focada
nos três protagonistas das obras mais famosas do Kurumada: Takane Ryuji (de
Ring ni Kakero, obra que eu mais gosto), Kojiro do clã Fuuma (de Fuuma no
Kojiro) e, nosso amado, Seiya de Pégaso (de Saint Seiya, ou Cavaleiros do
Zodíaco, aquele animê amado por todos). Ambos são transportados para um mundo
paralelo onde ficam presos por, segundo explicação, terem quebrado um mito. Ok,
essa é uma premissa bem interessante e que vale a pena acompanhar, porém é algo
que nas mãos do “mestre” não é 100% aproveitado, em especial se notarmos que a
obra tem cerca de 20 capítulos já lançados e, até o presente momento, pouco a
história andou.
Antes de eu prosseguir
(sim, nesse texto estou usando da ideia de idas e voltas), quero deixar claro
que os mitos quebrados são considerados mitos dentro dos universos da série,
logo é necessário um pouco de conhecimento
das obras para poder extrair mais daquilo (sim, eu mesmo fico meio perdido nas
menções sobre Fuuma no Kojiro); outro ponto a se citar é que todos os
personagens que aparecem estão em suas formas mais plenas de desenvolvimento,
logo o Seiya que vemos, é aquele mesmo que derrotou Hades, tal qual os outros
cavaleiros de Bronze; o Ryuji que vemos já evoluiu sua técnica no nível máximo,
e por aí vai. Aqui fica válido que o Kurumada quis mostrar que ainda se lembra
do ponto que acabou suas obras mais famosas.
Voltando
ao primeiro parágrafo, ou seja, voltando a comentar o roteiro em si; como eu
disse ele é simples, tem uma premissa básica, mas não fluí. Fomos apresentados
aos personagens, fomos apresentados ao porquê deles estarem ali, porém não
acompanhamos desenvolvimento nenhum do que nos é apresentado. Não que a
história seja boring ou ruim, longe disso, ela é boa e tem bom potencial, mas é
só. E é aí que mora o erro do Kurumada, pois ele desenvolve conceitos
excelentes que ficam apenas nos conceitos; eles não viram ótimas histórias (na
realidade viram, mas é só na mão dos outros) e rendem menos do que podem.
E
bem, para não ficar desleixado este texto e nem wikipédiano demais, vou listar
aqui os mitos quebrados (eu não ia fazer isso, mas acho válido): O do Seiya,
como TODOS sabemos (até quem não acompanhou Saint Seiya tem essa ciência), é
ter derrotados deuses, mais precisamente ter a alcunha de matador de deuses; o
do Ryuji é ter abdicado do Kaiser Knucle (Explicando: Kaiser Knucle é uma
espécie de soco inglês que tem seu “escolhido” e multiplica a força do
amiguinho em 10x. Para mais informações assista a 3ª temporada de Ring ni
Kakero ou leia o mangá ♥) e o do Kojiro é ter destruído as 10 espadas sagradas
(maiores detalhes, ler a obra Fuuma no Kojiro).
Afinal, por que ler?
Ok, essa é a parte mais
difícil, pois falei mais mal do que bem dessa obra e apresentei mais defeitos
do que qualidades. Aí fica a dúvida do porquê indiquei. Bem, eu a indico porque
apesar dos defeitos, a obra vale a conferida quer seja para matar a nostalgia
dos seus personagens favoritos, como para entender melhor o motivo do Kurumada
ser um gênio de conceitos.
Honestamente acho que o
Kurumada devia deixar a Yun-sensei fazer toda obra e se focar, única e
exclusivamente em terminar o Next Dimension, mas conhecendo o histórico dele,
duvido muito disso. No mais, essa é uma obra que recomendo para quem está atrás
de algo diferente. Algo descompromissado e tenha interesse em ver mais das
obras do “mestre”.
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