O que os deuses irão perdoar? E o que eles irão castigar?"
Gênero: Animação
Produção: Toei Animation
Música: Seiji Yokoyama
Duração: 1h23min
Nesse ano Cavaleiros do Zodíaco (Saint Seiya para os íntimos) completa
30 anos desde que saiu pela primeira vez nas páginas da Shounen Jump, e é óbvio que eu não poderia deixar essa
data passar em branco. Como comemoração, publicarei uma série de resenhas, inicialmente, sobre os filmes da franquia e dependendo expandirei para os spin-off da série. Até porque, ter 30 anos e ser um produto comercial forte é algo que poucas séries tem esse privilégio.
Pois bem, para começarmos bem, a resenha de hoje é sobre um dos filmes
em animação da série, e o filme que, para mim, é o melhor executado. Hoje vamos
falar sobre o 2º Filme para cinema da série. Vamos falar de Prólogo do Céu, ou
Saint Seiya: Tenkai-hen Josou ~Overture~.
A História (By Wikipédia):
O filme se passa após os eventos da Saga de Hades. Depois das guerras
santas contra Poseidon e Hades, os deuses do Olimpo ficam furiosos com Atena e
seus cavaleiros.
Ártemis, a deusa da Lua, surge com o intuito de castigar os Cavaleiros
de Bronze por terem se voltado contra os deuses. Para protegê-los, Saori Kido
oferece a Terra à Ártemis e jura sua própria vida como promessa de que eles
nunca mais lutariam. O acordo então é aceito e a Deusa da Lua passa a governar
a Terra.
Entretanto, ao verem o Santuário de Atena dominado, os Cavaleiros se
rebelam, mesmo não entendendo ao certo o que estava acontecendo. Assim, Saori
teve que entregar sua vida, já que havia prometido que Seiya e os outros nunca
mais lutariam. É neste momento que seu sangue passa a ser derramado. Como os
guerreiros estavam lutando contra a vontade de Atena, os mesmos estavam muito
fracos, sendo golpeados facilmente durante as lutas.
No decorrer do filme alguns fatos são explicados, como o irmão de Marin
ser Tohma (Ícaro), e não Seiya. Os cavaleiros de ouro, que morreram na
destruição do Muro das Lamentações, têm suas almas seladas pelos deuses do
Olimpo como forma de punição.
Confuso; essa é a palavra que melhor define esse filme, pois apesar de todos
os prós que ele possa apresentar como, por exemplo, animação de encher os
olhos, ele fica com um roteiro muito complicado de ser explicado e entendido em
primeiro momento, fazendo que o filme pareça superficial demais.
Quando o filme foi feito, em 2004, a saga de Hades ainda não havia sido
finalizada em animação e a ideia, a principio, era arriscada, mas mesmo assim a
Toei seguiu em frente, tendo o próprio Kurumada como consultor para o filme
(sim, tio Kurumada curte dar pitaco em tudo que envolve sua obra). Logo que o
filme saiu choveu de críticas pelo teor mais sério e filosófico do filme, tal
qual choveu de elogios por essa nova abordagem, uma vez que o filme foi feito
visando o público antigo que não é mais tão novo. Tudo foi feito visando a
geração que cresceu vendo os guerreiros de bronze subindo escadas para salvar
Athena.
Pontos Negativos:
Como já dito (ou não), o maior ponto negativo se encontra justamente na
narrativa fragmentada e de difícil compreensão. A abordagem a trama ficou legal
e se justifica, porém prejudica muito quem é marinheiro de primeira viagem,
isso sem contar que acaba sendo um balde de água fria para quem esperava um
movie nos moldes dos anteriores que era somente base de porrada e isso.
Sem contar que focar em tudo para não dizer nada complica mais ainda o
que já estava complicado, pois todos sabem que por mais truncado que o roteiro
de Saint Seiya seja ele ainda consegue te dar mais respostas do que dúvidas e
isso filme faz justamente o contrário. Óbvio que isso não ajuda em nada, mas
por ser um Prólogo isso pode ser justificado.
Pontos Positivos:
O principal deles, sem sombra de dúvidas, é que finalmente descobrimos
quem é o irmão da Marin. Foram anos achando que a Marin era irmã do Seiya, aí
quando a Seika aparece na saga de Hades, ficou aquela dúvida sobre o irmão da
Marin e esse filme apresenta o irmão dela de um modo satisfatório. Outro ponto
a se comentar, ainda nessa área de relações, é como é focado os sentimentos do
Seiya em relação à Saori/Athena, tá certo que todos os fãs já sabiam dos
sentimentos dele, mas o filme evidencia isso de um modo que fica perfeito
demais, não tem como não achar bonito quando ele diz que não lutava a pedido
dela e sim por ela.
As lutas também merecem um destaque aqui pois, apesar de corridas, ela
se apresentam de modo bem legal e são muito bem executadas. Fica claro o
cuidado para que as cenas de luta, assim como todas as cenas do filme, fossem
feitas para encher os olhos e agradar.
Dizer que Seiji Yokoyama fez uma trilha sonora perfeita seria até
pleonasmo, porque o cara prova que dá para manter a qualidade musical mesmo
depois de anos. A trilha sonora do filme está no CD Original Soundtrack IX -
Tenkai Hen Joso Overture Original Soundtrack, sendo que nesse CD também se
encontra a música tema do filme "Never" cantada pelo Nobuo Yamada,
que teve direito a clipe exibido na MTV Japonesa.
A Versão Brasileira:
Não dá para falar de Cavaleiros do Zodíaco sem falar da dublagem que,
como sempre, está sensacional. Todas as interpretações estão inspiradissimas e
merecem aplausos. Mas destaco a dublagem do final do filme que ficou,
simplesmente, perfeita.
A dublagem foi feita na Álamo no ano de 2006, que foi quando o filme
saiu por aqui. A direção de dublagem ficou a cargo do Marcelo Campos (dublador
do Mu de Aries e Jabu de Unicornio) e teve a equipe da JBC, naquela época, na
tradução do filme (ponto para o Del Greco).
O filme foi lançado aqui em 02 de novembro de 2006 e não fez muito
sucesso, até porque boa parte já tinha visto o filme legendado via fansubs.
Considerações Finais (Vou elevar meu cosmo ao infinito... E ALÉM):

Rezam as lendas que o Kurumada não gostou do filme, tanto que o Next
dimension por sí, aos poucos, está invalidando tudo que o filme apresentou, uma
pena já que se fosse feita as devidas continuações, dizem que o filme era o
primeiro de uma trilogia, teríamos visto algo mais bem desenvolvido vindo de
CDZ.
Um fato curioso é que mesmo sendo mal recebido pelos fãs, o filme tem
média 7,2 no IMDB, o que nos leva a conclusão que, de modo geral, o filme não é
de todo ruim.
No fim fica a dica de um filme para quem quer ver algo mais sério vindo
de Saint Seiya, pois o filme é bom, basta apenas que você assista pensando e
não no piloto automático.
Comentários