A saga mais absurda da franquia é, também, a que melhor nos mostra como clichês podem virem a ter boa utilização, assim como prova que dá para se criar algo grande de um começo ruim
Primeiramente, quero
deixar avisado duas coisas: 1º eu sei que Zexal tem 146 episódios no total,
porém nesse review focarei apenas nos 73 primeiros; que são todo o primeiro
arco; 2º irei me esforçar para manter esse texto interessante e livre de
spoilers – mesmo que eu não considere spoiler algo de um animê que saiu em 2011
-. Com ciência desses detalhes, vamos seguindo.
Bem, vamos ao cerne de
tudo, mais precisamente, vamos para 11 de abril de 2011. Foi nessa data que, lá
no Japão, começou a ser exibido Yu-gi-oh! Zexal; essa exibição se deu até 24 de
setembro de 2012, rendendo 73 episódios. Posteriormente a obra foi precedida
pela sua sequência (Yu-gi-oh! Zexal Second, que falarei em outro momento); além
disso, também teve uma adaptação em mangá - sob autoria de Takahashi Kazuki/Yoshida
Shin nos roteiros e Miyoshi Naoto na arte – que foi publicada na V-Jump (lar de
todos os mangás da franquia pós Duel Monsters) de 21 de dezembro de 2010 até 20
de junho de 2015; rendendo 9 volumes no total. Cabe menção que o animê e o
mangá foram licenciados nos EUA, sendo ambos já concluídos por lá.
A história, de modo
bem resumido, conta a jornada de Tsukumo Yuma e Astral para encontrarem os
numbers e recuperarem a memória de Astral (que é um espírito de outra
dimensão); durante essa jornada muitos desafios surgem, até o ponto onde
conhecemos os verdadeiros vilões e tudo se resolve com duelos (sim, o roteiro
resumido é isso). Dito esse resumo bem porco da história, vamos aos porquês de
eu decidir resenhar esse arco, em especial por saber que essa é a saga que os
fãs menos gostam (em compensação o Zexal II é amado para cacete... é sério).
Indo do princípio:
Sim, Zexal é uma saga difícil de assistir no começo. Mais do que difícil, é um
teste para quem ainda não conhece bem a franquia ou para quem está saindo de
alguma saga mais bem-feita (5D’s, por exemplo. Que por sinal, eu recomendo
forte). Sendo até mais especifico, dá para afirmar que a série tem um começo
lento e que consegue desmotivar muito quem está com o hype lá em cima.
São 12 FUCKING
EPISÓDIOS com um plot extremamente básico, previsível e maçante: Yuma encontra
um oponente/o meliante tem um Number/eles duelam/Yuma age de modo amador/Astral
fica dando dicas/o duelo termina com a vitória do Yuma. Em suma, é isso que se
baseiam metade do primeiro arco. É cansativo essa repetição, e extremamente irritante;
até por você, telespectador, ter a ciência QUE O YUMA CONHECE MONSTROS DE
DUELO, SABE A PORRA DAS REGRAS E NÃO ENTENDE NADA DE ESTRATÉGIA!
Isso é algo que,
honestamente, me fez desistir do animê na primeira vez que assisti. Isso lá em
2011; mas a vida é bondosa comigo e me deu uma nova chance no ano passado. E
nessa chance foi que consegui passar desse mártir chamado 12 episódios
iniciais; foi nessa chance que consegui me surpreender positivamente com a
série e dizer que, sim, vale a pena fazer o esforço.
A série começa a
engrenar no momento que o Kaito – Rival do nosso protagonista abobado –
aparece. Dali para frente começa a empolgação, mas ainda não é o ápice. Só
temos esse momento glorioso após – se segurem aí – 40 EPISÓDIO!
Sim! Você não leu
errado, são 40 episódios para realmente seu cérebro explodir e você atestar que
Zexal é uma das coisas mais geniais que já foi feita. Não é a mais genial, está
longe disso, mas ainda assim é uma das mais.
Mas, podemos atestar
que Zexal é uma das franquias que mais abraça as ideias que põe no plot, por
mais absurda que elas sejam. Isso se encaixa bem justamente com a transformação
que dá nome a série, porque sim... por mais legal que ela seja, ELA É
EXTREMAMENTE ABUSRDA! Ela é digna de super-heróis e com direito a “poder” (E
não venham me dizer que não tem superpoder, porque aquele shining draw é digno
de ser taxado assim).
Nesse momento você,
que está lendo isso, olha para a tela e se pergunta: “Mas Paulo Ikari... como
algo assim pode ser bom? Explique isso” e eu vou chegar lá.
Eu vou chegar no foco
disso, pois mesmo com absurdos e um começo fraco, a série apresenta de modo
competente a evolução do Yuma. De um cara bobão e cheio de jogadas idiotas, ele
vira um duelista aceitável e que consegue fazer você abraçar as motivações
dele. Ele é, em um pormenor, gente como a gente. Ele tem indecisões reais, é
inseguro e sustenta uma determinação invejável.
Se isso não fosse o
bastante, nossos antagonistas, secundários, vilões e tudo mais, conseguem nos
cativar. Eles são personagens palpáveis e que nos dão motivos para nos
importarmos. Todo drama em torno do Kaito e do Shark – os rivais do
protagonista – são dramas que te convencem. Você compra a briga deles, indo até
além, você passa a querer que eles tenham um final feliz.
Além disso, você ainda
tem todo um conceito que é bem arramado para nos entregar uma continuação
interessante (no momento que estou escrevendo esse review, não assisti o Zexal
II, logo posso dar a impressão que a cena pós-créditos me passa). O conceito da
caça aos numbers, assim como o conceito da Excced Summon (XYZ Summon
atualmente) é bem feito; sendo, para mim, uma das Summons mais simples do jogo
(explicando como ela funciona: para fazer uma summon excced são necessários,
APENAS, dois monstros do mesmo level de estrelas. Pronto, com isso você já pode
summonar seu monstro XYZ – vou deixar um print do Deck baseado em XYZ para
vocês).
Deck de Excced Summon ♥ |
Enfim, voltando para o
ponto da discussão; a série tem, fora tudo isso, um arco final de tirar o
fôlego. Com duelos que realmente empolgam, mesmo quando os diálogos são piegas,
ou você fica surpreso por tudo ser resolvido com as cartinhas. É algo que, por
mais non sense que pareça, você compra e aceita. Ele te faz desligar o cérebro
e embarcar nessa ideia. Mas, como eu disse lá em cima, para comprar isso você
tem que superar o começo morno.
Fora tudo isso, a
série ainda encerra com um gancho para sua season 2 que te deixa eufórico.
Sendo bem franco até, a série trata o Zexal II como algo totalmente novo,
julgando pelo final. Pois nele tudo muda, a série saí das segundas e vai para
os domingos, o final não traz um simples preview e sim um quase anuncio de nova
série. É um pouco chocante ver o preview assim, mas torna tudo mais empolgante.
No fim, não falei
muito sobre plots, explorei muito, até porque minha intenção aqui não é abordar
a série de modo didático, mas te dar motivos para conferir essa, que é a saga
mais injustiçada de toda a franquia. Caso você deseje uma análise mais
detalhada, aguarde, quando eu encerrar o Zexal II farei uma análise mais
explicativa sobre a saga em um todo, aí com direito a spoilers e tudo mais. Por
hora, posso apenas lhe dizer que, se você ainda não assistiu, está perdendo uma
das animações mais divertidas que essa franquia tem; é bobo no começo, mas tem
um desenvolvimento sublime. Fica a recomendação.
Off tópic; Caso queiram adquirir o mangá da franquia (não mencionei por aqui, pois ainda irei ler), ele está disponível em inglês e pode ser adquirido na Amazon clicando aqui.
Off tópic; Caso queiram adquirir o mangá da franquia (não mencionei por aqui, pois ainda irei ler), ele está disponível em inglês e pode ser adquirido na Amazon clicando aqui.
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