Depois de um arco interessante, voltamos ao marasmo com resquícios de esperança.
E, com um delay
consideravelmente menor, estamos chegando com a análise do capítulo de Boruto.
Análise essa que, conforme já falei diversas vezes, é a mais complicada de
escrever por uma série de fatores que, assim que der, explicarei.
Mas, sem mais delongas,
vamos a análise, porque temos o que comentar dessa vez! Então simbora cambada.
Capítulo #16 – Receptáculo
Antes de falar do
capítulo, só para não parecer que SÓ RECLAMO DO IKEMOTO, quero deixar um rápido
elogio à página colorida que foi feita nesse capítulo. Mesmo que a arte do
Ikemoto não seja TUDO ISSO, aqui ele apresentou algo bonito e bem feito; sou a
favor de mais artes assim (: .
Agora, falando sobre o
capítulo, tivemos aqui uma boa divisão de focos. Se é que podemos chamar assim,
sendo o primeiro a continuação de como terminou o capítulo anterior. Tivemos,
enfim, um aprofundamento na conversa entre os membros da Kara e, de certa
forma, uma noção dos planos deles.
Porém, é importante
dizer que, os planos até aqui revelados só usam como foco um receptáculo que
foi perdido. Agora os porquês não ficam tão claro e nem desperta aquela
curiosidade deles. É algo que, do modo que nos é apresentado, fica arrastado e
completamente nhé. Foram páginas de diálogos que não dão aquele hype para
entender o que o Kara almeja e quais serão os próximos passos do grupo.
Já a outra metade da
história é mais focada no Boruto e no Naruto, neles tendo um confronto de
exibição para testarem uma ferramenta ninja científica. Foi um confronto
razoavelmente fluído e que deixou bem claro que, sim, houve evolução no Boruto,
no quesito técnica – o que é justo, já que tivemos uma ideia da evolução dele
como pessoa no arco anterior.
E depois desse ponto é
que cabe uma menção que, de certo modo, dá para sentir uma falta de harmonia
entre roteiro e arte. Sim, sei que já reclamei disso na última análise, mas é
necessário criticar o que, ainda, não está alinhado; em especial quando é um
mangá que carrega um legado anterior ao seu, mesmo sendo algo totalmente novo.
É visível que o roteiro é bom e empolgante, mas a arte é tão nhé e sem impacto
que, para o que é pedido no texto, fica aquém e prejudica a experiência de quem
está lendo. Comprometeu toda minha experiência no primeiro cour desse capítulo,
tal qual me deixou sem empolgação para ver o que ocorrerá no capítulo seguinte;
essa impressão de desinteresse se arrasta por todas as 40 páginas mensais,
dando aquele sentimento de que se fossem 20 páginas seria até melhor.
Digamos que em 16
capítulos até aqui, só quatro conseguiram, de fato, despertar um animo e todos
eles foram capítulos finais de arcos; ou seja, há um desperdício de potencial
nesse enredo todo, pois as pontas que são deixadas para questionamento não
duram muito e nem deixam curiosidade (diferente do animê), mas isso é mais eu
reclamando, logo é minha opinião pessoal, pois acredito que a série possa
evoluir e ser mais, porém é preciso que o Ikemoto saía dessa zona de conforto e
comece a agir como um artista decente, pois o traço dele não te faz ficar preso
à leitura, ele apenas faz você olhar e dizer “ah, ok! Que história bacana”.
Enfim, voltando ao
cerne do que eu disse, antes do final do capítulo temos um momento que,
particularmente, achei interessante e digno de nota que foi o Sasuke falando
que eles aprenderam algumas coisas com o confronto contra o Momoshiki; tanto que
teste de exibição foi para verem a eficiência de um equipamento que possuí
funcionalidade de absorção. Já o ponto que me chamou atenção foi o fato dele
comentar que eles notaram que a “crise” do mundo não acabou.
Isso, por si só, já
abre um leque de possibilidades para o que pode vir a seguir, porém precisa ser
bem utilizado e ter harmonia entre o roteiro e a arte, porque temos um bom
ponto para desenvolvimento de um grande arco e chegar, cada vez mais, próximo
daquele momento inicial.
Sinceramente, depois
desse capítulo, eu posso dizer que temos um saldo de altos e baixos bem
igualado, porém ainda é preciso que os altos se tornem mais constantes e atraía
ainda mais quem lê, pois, ao meu ver, Boruto não tem brilho dentro do line-up
atual da Jump e ele precisa disso para manter quem lê interessado. Acredito que
isso só ocorra quando o Ikemoto parar de achar que sexualizar crianças é o
efetivo e entender que, sim, ele precisa é aprender a criar quadros mais dinâmicos
e ter uma arte que dialogue melhor com que o Ukyou-sensei vem escrevendo.
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