Quando não nos entregamos, barreiras são meros detalhes e podem ser superadas de modo incrível.
Sei que passei um longo tempo sem trazer análises, porém estou de
volta e, logo de cara, volto com aquela análise que foi a última do ano passado
– e, particularmente, é a mais rápida de criar porque amo mangás de esporte -;
é hora de voltarmos a falar sobre Hinomaru Zumou.
Foi um longo inverno/espera para o retorno da análise, mas finalmente
retornei e agora vou comentar a leva de capítulos que trazem o confronto entre
a Oodachi e a Hakurou; por isso peguem suas pipocas e vamos aos comentários
sobre essa sequência bem incrível de capítulos.
Capítulos #114 - #132
Creio que é de bom tom
dizer que essa leva de capítulos já estava lida desde o ano novo, porém quis
parar para refletir um pouco mais sobre os acontecimentos que tivemos aqui, em
especial porque foram lutas que me fizeram vibrar verdadeiramente. Algo que, em
essência, é a função dos mangás de esporte; afinal eles precisam passar emoção
a quem os lê, do contrário será apenas um mangá leviano e que nada acrescenta.
Fora isso é importante
mencionar o fator motivacional que histórias, de um modo geral, precisam ter.
Hinomaru Zumou possuí muito disso em sua essência e, a cada capítulo, mais
exala isso nos deixando querendo mais da história; devido a isso temos uma obra
que consegue cumprir a contento o que se propõe. E esse confronto é um exemplo
claro do que estou dizendo.
Então, antes de
seguirmos de fato aos comentários só quero dizer que irei me esforçar para
linkar as sensações que senti em cada luta de uma forma mais geral (como
costumo fazer com a série); assim ficará mais fácil de evidenciar certos pontos
e explorar melhor ainda a experiência passada por mim.
Acho que é válido começar
evidenciando que a Hakurou é, em um parâmetro bem encaixado, a equipe que
ostenta a alcunha de equipe de reis – não que o mangá a descreva assim, mas
acho mais interessante esse estilo de descrição -, uma equipe que não cede, não
tem legado de derrotas e, além de tudo isso, é de guerra. São membros que
ostentam um imenso orgulho e uma habilidade que faria inveja a inúmeras
pessoas. São eles quem, desde antes do começo, estão em vantagem; uma vantagem
que só os anos poderiam reverter, pois a Oodachi não é uma escola de tradição
no sumô – mesmo que possua uma equipe verdadeiramente forte e destacada –
devido a isso, temos um duelo que, na visão de muitos, é desigual. Por sorte
esse é um esporte que pode nos surpreender a todo momento.
A primeira luta é,
basicamente, um duelo com igualdade de técnica e espírito, até mesmo as
motivações dos lutadores são as mesmas. O confronto do Ozeki conta o Enoki é
algo que você vibra, torce e se surpreende a cada reviravolta, porque a todo
momento o Kawada se reinventa para elaborar o melhor cenário possível para o
desfecho.
É aqui onde
descobrimos mais sobre o que move adiante o Ozeki, assim como vemos o quanto
ele amadureceu como lutador e como líder depois que passou aceitar o Hinomaru
como rival; mais do que isso, o nosso protagonista se torna a meta a ser
alcançada pelo seu amigo e fundador do clube de sumô. Já em contrapartida o
Enoki também tem como foco o Tennouji, porém isso se deve a imensa gratidão que
o mesmo tem pelo fato do Tennouji ter visto nele força e capacidade quando nem
mesmo ele acreditava em si mesmo.
Esse é um daqueles
confronto que, apesar das motivações e tudo serem parecidos, há diferenças.
Pois ambos conhecem suas limitações e acharam meios de superá-las, porém aquele
que vence essa luta, só obtêm a vitória por uma diferença mínima; não que
ocorram motivos gritantes para diferença entre quem vence e perde, porém desde
o começo a barreira que separa ambas equipes é evidente o suficiente para
entendermos bem isso (e não irei comentar nenhum vencedor ou perdedor de
batalha, só direi a escola que vence; até porque quero que você leia a obra).
O confronto seguinte é
entre o pequeno Kei e o Masaomi. Aqui podemos dizer que conhecemos toda
evolução do nosso pequeno personagem da Oodachi, aquele que disse que chegaria
ao inferno se preciso fosse, tudo visando uma vitória em prol do time; porém é
válido mencionar que tudo conspira contra ele nessa luta, pois seu adversário é
maior que ele e ocorre alguns percalços durante a luta, mas é o Kei quem dá
todo gás para o que vem a seguir e, mais do que isso, nos mostra que dá sim para
se superar mesmo quando tudo é contra você, pois o plano dele passou a visar
vencer 1 de 100 batalhas travadas; algo que, aos olhos de muitos é uma atitude
burra, contudo a maior vitória reside na experiência adquirida; em especial
quando seus sentimentos chegam até seus companheiros de equipe.
A luta seguinte é o
confronto entre um tesouro nacional e alguém que devora tesouros nacionais.
Kunisaki fez seu nome quando derrotou o Tenma e enquanto treinou com o Sada,
porém é nessa luta que ele nos prova que ser forte não é apenas ser genial ou
incrível e sim entender que todo esforço, sim, é válido; mais do que isso, aqui
ele é bem claro em provar que não existe pessoa inútil dentro de uma equipe
quando todos dão seu melhor visando a vitória no fim.
Esse confronto
Kunisaki vs Kanou é a prova que até os mais fortes temem, assim como também
prova que pessoas tidas como gênios são incrivelmente habilidosas quando se é
necessário. Afinal, gênios tendem a evoluir rápido e, em situações de risco,
não se limitam ao de sempre; mas nesse caso o gênio da Oodachi simplesmente
deixou transbordar todo sentimento de revolta, se tornando alguém que apenas
avança rumo ao seu objetivo, juntamente a isso temos a capacidade de reafirmar
que nenhum esforço é inútil! Nunca!
O quarto confronto é
Yuuma contra Batomf Batbayar e, esse aqui, foi um confronto bem interessante e
ao mesmo tempo uma prova clara da famosa superação, pois temos um personagem
que não tem nenhuma condição de vencer e outro que é um estrangeiro incrível,
que só não recebe o título de tesouro nacional, pois não é nascido na terra do
sol nascente. Essa é uma luta que você passa a ter uma ideia mais clara do quão
grande foi a evolução do Yuuma como personagem e o quanto ele cresceu, deixando
de ser um delinquente para se tornar alguém dedicado a um objetivo. Mais do que
isso, vemos o Yuuma se tornando alguém grato as oportunidades e extremamente
focado; devido a isso temos uma luta que fluí de um modo bem ritmado, em
especial porque o Batmof não fica atrás quando o quesito é “espirito” para
seguir adiante.
Após essas quatro
lutas, o Kawada consegue superar ainda mais as expectativas nos entregando uma
quinta luta que vale muito a pena discorrer sobre, mas antes vamos analisar
essas quatro lutas em um todo, pois todas mostram que o principal foco é nunca
ceder antes as dificuldades e isso é independente de sua condição; quer você
seja pequeno ou grande, fraco ou forte, gordo ou magro... se você tem um
objetivo lute por ele até o final, pois até em esportes como o sumô, no qual
você não tem tempo hábil para descansar, seu espírito de luta e vontade de avançar
são os fatores diferenciais no fim das contas e isso, nesses confrontos foram o
auge, pois todos colocaram seus focos no máximo para atingir o objetivo que
supera qualquer limite chamado vitória.
Voltando ao foco, a
última luta fica com Hinomaru vs Tennouji e, sinceramente, é aqui onde mora a alma
de todo conceito de superação, pois os dois já haviam se confrontado
anteriormente, porém naquele instante a derrota foi do Hinomaru e, após isso, o
Tennouji perdeu para o Kuni e ambos rivais entram no ringue com uma derrota
amarga na conta. Entram no ringue para elevar seus espíritos e afiarem suas
lâminas, logo isso é uma luta que o Kawada trouxe o épico para um novo nível e,
de modo soberbo, nos entregou uma luta que nos deixa empolgados a cada página;
ele consegue criar um clímax que faz todas as lutas anteriores serem mais que
simples confrontos empolgantes, elas se tornam parte integral dessa luta.
Aqui temos os dois
ases dos times carregando o orgulho daqueles que venceram e perderam
anteriormente. Devido a esse fator, temos um confronto de dois tesouros
nacionais que, de forma sublime, esbanjam força e capacidade de evolução ainda
mais refinada, uma vez que ambos já foram moldados através do tempo de
experiência que carregam consigo.
Essa é a diferença
que, nesse embate, mais nos deixa com a sensação de que, independente do
vencedor, teremos algo digno. Afinal temos uma superação de barreira que, até
aqui, era imaginada, porém não cogitada com 100% de precisão.
Creio que o maior
chamariz desse embate final é, justamente, a certeza em mostrar que esse tipo
de obstáculo é superável. O obstáculo intransponível pode sim ser superado e
para isso precisamos nos recriar, nos refazer e nos entender; apenas após essa
sucessão de eventos é que conseguimos chegar no local onde queremos e atingir a
evolução preterida.
Vale mencionar que,
nessa sequência da luta final temos várias páginas duplas lindas e bem
trabalhadas, temos um ritmo que só deixa o fôlego cada vez mais agitado e
cria-se uma empolgação ainda maior pelo que vem a seguir. Aqui podemos chamar
de ponto alto do Kawada, porém é um ponto alto em meio a crescente que ele
sempre nos apresenta e isso, de modo geral, é bom e extremamente gratificante,
pois nos dá aquela sensação de acompanharmos algo que vale a pena cada minuto
gasto.
E após decidido o
confronto com a vitória da Oodachi, eis que rumamos para o final do campeonato,
o que será bem mais difícil para nossa equipe protagonista – que, como
geralmente ocorre em mangás de esporte, é a zebra da competição -.
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