Aquele mangá que, de modo geral, expande um universo criado por americanos e ainda assim consegue ser um bom fanservice para os amantes de ecchi.
Depois de um rápido
inverno organizando minhas pautas, estou de volta e, de lambuja, trago uma obra
bem interessante para o estante de hoje; mas antes de irmos falar da obra, cabe
um momento historinha para vocês se situarem – mas, pelo título vocês já sabem
que é um mangá meio raro no rolê -.
Em idos de 2007 a
editora Panini lançou um mangá chamado Witchblade – que tinha influência na
série/HQs de mesmo nome -, na época eu não me interessei; porém anos depois
conferi um episódio do animê (que irei retomar e trazer review, aguardem) e
curti o estilo de narrativa. Depois disso li uma matéria sobre a série e, de
algum modo, fiquei curioso para conhecer um pouco mais sobre as obras da série;
contudo a obra mais acessível já estava rara ~.
Eis que um belo fim de
semana nesse começo de ano resolvo passar no sebo e, finalmente, achei os dois
volumes da obra. Nisso acabei cofrando e, agora, estou escrevendo esse estante
todo especial para compartilhar com vocês o que achei desse mangá que, de certa
forma, é bem peculiar e interessante. Então, se acomodem e vamos falar hoje
sobre a adaptação em mangá de Witchblade!
Sinopse (Via Rika Comic Shop)*:
Quando a casa de Takeru é invadido por demônios, ela acidentalmente encontra a Witchblade, um misterioso artefato místico na forma de uma manopla que foi passada de geração em geração em sua família, utilizada para combater toda a espécie de monstros aos quais ela sequer imaginaria que existia. Mal sabe ela que está no meio de uma guerra a qual a Witchblade é o maior prêmio. A partir daí, começa a luta entre salvar sua vida e evitar que a manopla a corrompa sua alma cada vez que a usa.
Considerações:

Cabe citar que o mangá
saiu, aproximadamente, um mês antes do animê – que é produção do estúdio Gonzo
e também é fruto de parceria com a Top Cow -, contudo as tramas são completamente
distintas. Além do mangá e do animê, ainda temos uma novel – que tem o título
de “Witchblade: Lost Generation - Midori no Shoujo” e foi publicada em agosto
de 2006 (a história ficou a cargo de Satoshi Ichikawa, já a arte ficou por
conta de Uno Makoto, que deixou o character bem parecido com o do animê).
Mas bem, depois de
passar todo background que a série teve no Japão, vamos falar sobre o mangá,
mais especificamente comentar mais sobre o conteúdo que a obra tem para
oferecer ao seu público – até porque, é por esse motivo que vocês vieram aqui
-.
Primeiramente,
avisando, se você não curte ecchi... FUJA! Não é mangá para você. Ponto. O
roteiro, de modo geral, é bem centrado e trabalhado, porém possuí uma gama
muito forte no ecchi e em momentos de conotação sexual, maior prova disso é que
a amiga da Takeru, em diversos momentos deixa implícito, porém claro, quando e
com quem transou – isso sem contar uma cena que fica bem claro isso, mas enfim
-, logo não é um material que dê para começar a comentar sem advertir a galera
que acha ecchi desnecessário em qualquer obra.
Mas voltando ao
roteiro, ele é, como dito anteriormente, centrado e tem um bom enfoque na
protagonista e em toda mitologia que a cerca, tanto que a revelação do segundo
volume, para mim, foi meio surpreendente, pois não era algo que eu esperava;
além disso o Kobayashi-sensei sabe escrever algo funcional, logo tudo aqui é
rápido e com um objetivo claro: que, basicamente, é ir do ponto A ao ponto B. Não
que seja ruim, porém também pode incomodar quem quer algo melhor trabalhado.

Outro charme da
história, que acaba sendo mais crédito a liberdade dada pela Top Cow do que a
qualquer outra pessoa, é a questão da Witchblade dominar o hospedeiro. Todas as
protagonistas mudam significativamente a personalidade quando estão usando a “lâmina”,
passando para um estilo mais agressivo e sedento por sangue. Isso,
honestamente, é algo que ajuda a tornar a mitologia por trás da série algo
ainda mais maior e mais expansivo; me arrisco até a dizer que dá um crescimento
imenso na ideia que foi idealizada lá em 1995 quando a obra começou a sair nos
EUA.
Aqui no Brasil a obra
fui publicada pela Panini Comics – pelo selo Planet Mangá – em setembro de
2007, sendo publicada no padrão da editora (Pisa brite, formato 13x18); a série
passou por aqui sem muito alarde, porém é um mangá bem difícil de encontrar
atualmente, sendo que, em muitos sebos, um volume está saindo – em média – por R$
12,00, mas se garimpar bem pelos sebos e afins dá para encontrar por menos.
Afinal, porque essa obra está na estante?

Cabe citar que tenho
fé de algum dia a Panini relançar esse material, até por ele já ter aí seus 10
anos de publicado e ser uma obra de difícil acesso (nem na comix tem); por isso
faço votos para que a editora pense em um relançamento desse material – nem que
seja como edição único –.
No mais, é válido
comentar que, sim, é um dos poucos ecchi que eu gosto e recomendo para quem
procura algo dentro do gênero, ou até mesmo queira um material fora do padrão
que se espera. Em especial se você estiver curtindo Killing Bites (cujo o autor
da série é desenhista desse mangá).
Honestamente, o
destino das portadoras do Witchblade é repleto de sangue, mas é um destino de
loucura e violência que vale a pena conferir... afinal, ao menos aqui os
japoneses criaram algo tão incrível quanto o material de origem.
Ficha técnica:
Autores: Yasuko
Kobayashi (roteiro) e Kazasa Sumita (arte)
Formato: 13 x 18 cm
Nº de págs: 196
(aproximadamente)
Preço: R$ 9,90 (preço
de capa na época)
*O único site que, de certa forma, possuí informações sobre a publicação brasileira é a Rika ~
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