Afinal de contas, se pararmos para analisar a estratégia da Bushiroad é, sim, um bom chamariz, só precisa ser bem trabalhada.
Parece que foi ontem
que comecei a falar sobre Cardfight!! Vanguard – tecnicamente, com a velocidade
que o tempo tem passado, podemos considerar outubro ontem “de certa forma” -.
Nesse meio tempo consegui me interessar pelo jogo físico e, após vários
percalços, adquiri meu deck e decidi que jogaria como se não houvesse amanhã
(com direito a dar boost no meu deck).
Porém – para alegria
de uns e tristezas de outros – a Bushiroad anunciou recentemente (e eu noticiei
aqui no site) que a franquia teria um reinicio em animê, mais do que isso; a
série seria totalmente rebotada. Claro que, para muitas pessoas, isso se tornou
algo feliz e para outras algo complicado; pois foi tempo investido para
construir seu deck e deixar ele de uma forma boa para um 4fun ou para
competitivos – porque, sim, temos competitivo de Vanguard por aqui -.
Mas antes de começar a
comentar isso direito só vamos fazer um recap rápido do que sabemos:
- Teremos um reboot do animê totalmente baseado no mangá original do Akira Itou;
- Foi anunciado um animê do Bermada Triangle (um dos clãs fofinhos da série);
- Game mobile, com direito a versão em inglês;
- O TCG da série irá TAMBÉM SER REBOTADO!
E nesse último ponto é
onde quero focar nesse texto, pois, aparentemente, essa estratégia da empresa
não foi algo de última hora; em especial quando vemos que já tem todo um cronograma
de lançamento preparado (como vocês conferem abaixo) e, fora isso, há todo um
esforço para encaixar um novo público – o que é correto -, maior prova disso é
que a própria empresa já pensa em fazer ações em diversas localidades para
apresentar o jogo.
![]() |
Cronograma de lançamento da Bushiroad |
Essa ação, por si só,
já poderia representar muita coisa se fosse encarada de forma isolada, mas
pense comigo por um momento: Cardfight!! Vanguard é, de forma geral, um jogo
deveras interessante, porém alguns fatores contribuem para que a série não seja
AQUELE fenômeno que a empresa espera; claro que possui uma popularidade bem
maior que Buddyfight (que nem em ranking de TCG mais vendidos aparece), mas
ainda assim é pouco, em especial se tiver pretensões de concorrer com o top 3.
O primeiro desses
fatores se chama mecânica do jogo, pois quando se vê o jogo acontecer, dá para
compreender bem a mecânica e o ritmo, mas para explicar em palavras para quem
não conhece a obra, é MUITO DIFÍCIL! Sério, eu já fiz o teste e ninguém para
quem eu explico entende 100% como, realmente, funciona o estilo do jogo; o
segundo ponto – que já vi algumas pessoas dentro da interwebs apontando – se chama
preço, porque, sim, a Bushiroad cobra caro pelo trial deck, em especial quando
temos noção de quanto custa um deck das concorrentes (claro que isso não é
regra absoluta, mas acho que o valor de muito deck atual da série fica acima do
esperado); outro ponto é justamente voltado para o animê que é a quantidade de
episódios que a série possui, logo, você não consegue ter pique para assistir
quase 400 episódios de um jogo de cartas.
Claro que, não vou
entrar no mérito da empresa detentora dos direitos do Vanguard não investir em
mercados como Brasil, que possui uma galera que gostaria de jogar se tivesse os
decks e booster com um acesso mais fácil, porque, honestamente, aqui em SP –
por exemplo – é difícil encontrar os trial decks. Valendo menção que tem loja
que só vende cartas de Vanguard pelo site, porque na loja física “não tem tanta
procura assim”.
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Anúncio dos novos trial decks focado nos protagonistas |
Com um cenário assim,
fica meio claro em onde eles querem focar (não mencionando a parcela
descontente com a evolução/apelação que a série vem garantindo); porque é unir
o útil ao agradável dar esse recomeço; afinal, assim você torna a mecânica
acessível, cria um ambiente de jogo onde recupera quem abandonou o TCG por
qualquer que seja o motivo e, de quebra, pode usar o jogo para celulares para
ver se há outros países em potencial para expandir sua franquia (sejamos
francos, a empresa terá dados de locais onde o jogo foi baixado, caso não
bloqueie a localidade).
Além disso, vale citar
que os decks atuais tornam até a vontade de adquirir o trial deck maior, pois,
diferente de antes, agora eles vêm com as cartas de “defesa perfeita” (as
famosas PG), cartas essas que, anteriormente, você tinha de comprar de forma
avulsa ou em booster, o que te obrigava a gastar mais. Fazer esse complemento
no próprio trial deck é algo que torna tudo mais interativo e atraente para
aqueles que irão se iniciar no jogo agora.
Sem contar que, caso
você não queira se desfazer do seu antigo deck, o jogo seguirá aceitando a
mecânica atual no chamado “Premium Format”; nesse formato tanto a nova mecânica
quanto a atual serão aceitas. Já no Standart só poderá ter competidores que
usem os novos decks. Isso gera uma interatividade maior no jogo e ajuda os
players a criarem um ambiente mais acolhedor para os novatos (na teoria, claro.
Na realidade a coisa pode ser diferente, tanto para o bom quanto para o mal
sentido).
Porém, para mim, uma
das coisas mais interessantes nesse reboot é, justamente, a questão de vermos
que a Bushiroad poderia arriscar mudar totalmente seu jogo e decidiu retomar as
origens. Isso é algo que quanto mais eu penso, mais interessante fica; porque é
uma atitude “meio única”. Até por nunca ter visto outra empresa tomar uma
decisão tão “simples” assim. Exemplo disso é a própria Konami que mudou
totalmente seu layout de campo para abrigar os links summons.
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Imagem promocional do booster. |
Assim, de um modo meio perdido, acredito que
Bushiroad pode ter achado o ponto para popularizar, de vez, seu TCG. Basta,
apenas começar a pensar em ampliar o leque de Países que recebem as cartas em
seu devido idioma, assim como ampliar a exibição do animê, afinal não adianta
lançar tudo em japonês e inglês e esquecer que existem jogadores em vários
outros países. É preciso pensar cada vez mais adiante e, de coração, espero
que, pelo menos, o animê aporte por aqui de modo oficial; já seria um excelente
começo.
PS: Só lembrando que o
novo animê estreia dia 5 de maio e os dois primeiros trial decks (do Aichi e do
Kai) saem no dia 8 de julho; no dia 22 de julho saí o booster pack do time Q4,
com várias cartas para incrementar os primeiros trial. Já game mobile está
previsto para o verão de 2018 (no hemisfério norte).
Off tópic: Vale
mencionar que temos um comercial da era G com a Milla Jovovich e, honestamente,
que comercial meus amigos! Cliquem aqui e confiram.
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