A
doçura da vida sem estereótipos
Até por isso é bem
surpreendente eu estar aqui DO NADA para falar de um mangá. E que
mangá meus amigos! Satoko To Nada é a prova que dá pra trazer
informações, desconstruir e ser leve ao mesmo tempo.
O mangá de Yupechika que
terminará com 4 volumes em breve conta a história da convivência
(ou a tentativa) de uma japonesa e uma saudita. Segundo o Jbox,
Satoko to Nada conta a história de Nada (sim, esse é o nome),
uma mulher muçulmana e que usa hijabs, e sua nova colega de quarto
de Satoko, uma mulher japonesa. Com essa nova convivência nada
convencional, elas aprendem a respeitar suas diferenças e ainda se
divertem juntas com as “aventuras” do dia a dia.
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Divulgação |
Pois bem, a forma como a história é levada, acontece de forma bem fluida, pois no mundo moderno é muito comum se deparar com estereótipos sociais a todo momento. E Yupechika faz isso com maestria ao driblar esses estereótipos ao contornar a situação fazendo com que as personagens saibam valorizar o lado humano ao lado social da situação. Claro que, em se tratando de uma religião rígida como o islão, muitas limitações são dadas em certa medida, mas aos poucos podemos ver mais liberdade tanto para a personagem quanto para a realidade (mesmo que esse último as vezes seja mero pano de fundo). Isso fica claro quando vemos as interações entre as duas dentro da casa e percebemos que por trás do véu há um ser humano como qualquer outro que possui um celular e toda uma vida própria e que apesar de sua religião limitar seus movimentos, se sente poderosa em função dela, como deveria ser com todos.
Este mangá apesar de curto, e
esse talvez seja um dos defeitos além da falta de exploração do
cenário que poderia render mais situações, ele sabe trabalhar com
o que tem a disposição e as pesquisas feitas pelo autor ajudam a
provar isso quando ele dedica a página final a mostrar diferenças
entre os tipos de hijabs e quais suas funções.
Sou suspeito para falar bem de
Satoko to Nada, pois estudo humanidades, então essa diferença
étnica me chamou muito a atenção. Não é todo dia que se vê as
possibilidades de um encontro entre duas nações tão distintas ser
trabalhada de forma profissional fora do campo da diplomacia ou
negócios. A exploração da cultura nesse caso é primorosa e deixa
um gostinho de quero mais.
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