Vamos do começo;
para todos que não me conhecem eu sou Paulo Raposo (ou Paulo Ikari,
como preferirem) e sou basicamente um ser formado de insegurança,
baixa autoestima e procrastinação. Eu sou aquilo que Murphy
incluiria em seu relatório sobre possíveis desastres e isso, da
minha própria percepção é inegável. Contudo, também sou aquele
que mais consegue demonstrar quem de fato é em momentos de
adversidade e, de alguma forma bem maluca, pareço inspirar alguma
positividade em quem convive comigo.
Ok, sei que é
estranho começarmos um editorial de forma tão para baixo assim. Mas
não desistam e venham comigo até o final, garanto que ficará claro
o porquê deste começo estranho e diferente do que faria
habitualmente, até porque creio que é preciso que eu me dispa dos
rótulos para apresentar o conceito que trabalhei tanto para explicar
nesse texto.
Primeiramente quero
agradecer de coração a todos que acessam o site, ou que entraram
aqui apenas para ler esse editorial de título bem diferente do
habitual. De coração: obrigado, pois confesso que é difícil
pensar que ainda temos tantas pessoas que leem e não ficam
procurando apenas conteúdo audiovisual para saciar sua fome de
conhecimento ou ver divagações (ok que aqui também teremos isso,
mas acho que vocês entendem onde quero chegar. Precisamos ler mais e
isso é um fato).
Devo dizer que toda
essa ideia para o texto surgiu de um filme não nipônico chamado
“Artista do Desastre” que, basicamente, conta a história do pior
filme já feito em solo Americano. Estou falando do filme que conta
toda produção do filme “The Room” - adianto que o filme merece
ser assistido, pois ele traz uma mensagem mais completa do que a que
passarei aqui. Dito isso, posso explicar que depois de assistir ao
filme me peguei pensando que, de certa forma, todos somos artistas do
desastre.
Afinal, todos enfrentamos problemas, nos deparamos com diversos não que a vida nos dá diariamente, saímos a luta e fazemos de tudo para garantir o melhor para nós e para quem amamos. Porém cada um segue e faz o melhor para que nem tudo seja o caos completo e a tristeza não nos possua por completo (ou deixa, vai da perspectiva de vida de cada um).
O que nos
diferencia, no efetivo, é justamente essa questão de “cada segue
sua vida”. Nem todos nós somos tão forte quanto parece, por mais
bobo que pareça todos temos uma história e um passado para narrar
até onde estamos. No caso do “Artista do Desastre”, ninguém
sabe o passado do Tommy Wiseau (que é interpretado pelo James
Franco), mas todos veem que ele almeja chegar longe e, de forma
torta, consegue.
Mas, vamos pegar um
exemplo japonês para dar outra perspectiva. Vamos falar sobre Masami
Kurumada, mais conhecido como o homem que criou “Os Cavaleiros do
Zodíaco”; pois na obra em que ele narra seu início de carreira (já falei sobre essa obra aqui no site), o
próprio autor nos mostra que, por diversos momentos, a vida não
cooperou com ele e nem foi piedosa. Ele penou, e muito, para chegar
até seu primeiro sucesso e, mesmo diante das adversidades ele não
pensou em desistir – não que ele não quisesse desistir, porém
ele se encontrou naquilo e dali tirou um esforço.
Citei de forma bem
resumida dois exemplos de histórias que mostram essa questão de
superação, porém sei que é uma lista imensa e eu não quero
seguir o caminho de indicação e sim explicar que o Dollars, a meu
ver (depois de muito pensar, claro), é um desastre que deu certo.
Comecemos pelo fato
que, desde que as atividades haviam se encerrado em idos de 2015,
tudo cooperava para que o site não voltasse. Eram coisas demais
acontecendo, problemas demais vindos com o tempo e algumas coisas
acontecendo na minha vida que apenas me desmotivaram em diversos
momentos. Não me entendam mal e não me achem ruim, é que eu tenho
um forte senso de procrastinação e acabo empurrando muita coisa com
a barriga, claro que, atualmente, isso é bem diferente e virou uma
cobrança pesada de mim para mim mesmo; contudo naquela época era
inegável que minha força de vontade era zero.
Porém daquele
período até o primeiro post eu precisei passar por algumas coisas e
retomar meu fôlego de voltar, mas como se faz isso quando nem você
acredita em si próprio? Quando você olha para o imenso muro chamado
bloqueio criativo e não consegue extrair nada? Pense bem… por mais
que eu pareça ser incrível, eu sou esse poço de bloqueio. E isso é
algo que me prejudica muito diariamente.
Quando enfim
consegui retomar os textos, o fazia de uma forma muito espaçada e
sempre procurando me conhecer mais, explorar diversos pontos e isso,
aos poucos, foi me abrindo outras ideias e abordagem; logo surgiram
outras colunas e afins, até chegarmos ao que vocês veem hoje. Não
é que seja algo fácil, mas é um desafio constante que tenho
vencido.
Todavia, me atendo a
ideia central, posso esclarecer que por diversos momentos o resultado
não era animador. Afinal, é complicado você ser teimoso e querer
desenvolver 99,9% das coisas sozinho, você começa a se autoanalisar
melhor e com o tempo percebe que há muitas coisas que lhe faltam.
Eu, por exemplo, sou ótimo com a parte textual – de uma forma
geral – porém sou horrível com edição e marketing. Não é meu
negócio, mas tive que aprender na marra para me virar, e até me
viro razoavelmente.
Também é
importante ressaltar que, toda essa minha tese de querer trabalhar
sem pedir ajuda se deve muito a minha própria incapacidade de ser
alguém dependente dos outros. Admito que já fui muito de depender
dos outros para tudo, porém hoje em dia eu me esforço para não
precisar passar por isso, por esse motivo é que acabo me
sobrecarregando – e isso é o que ocasiona boa parte dos meus
bloqueios. Mas adianto que hoje em dia tenho tratado disso de uma
forma melhor e que os resultados estão sendo cada vez mais positivos
(sério).
No mais, devo
retomar e dizer que, sim, eu pensei em desistir do Dollars no começo.
Na realidade pensei em abandonar todos projetos que envolvessem a
escrita e me entregar a minha solidão – que é o ponto mais forte
existente dentro de mim… –, contudo sou teimoso. Não consigo
aceitar a possibilidade de abandonar algo que amo (não desisto nem
de amigos que insistem em sumir… quem dirá de algo que é meu
sonho). Por isso segui adiante entre erros, acertos. Então as
palavras negativas e até as minhas próprias dúvidas.
Posso dizer que me sacrifiquei para edificar cada ponto do que é o Dollars hoje e para trabalhar da melhor forma possível tudo que virá. Claro que não fiz tudo isso sozinho, de modo geral tenho muitas pessoas a agradecer, pois muitas me incentivaram ou me inspiraram de alguma forma. Hoje em dia acredito que se eu tivesse parado lá atrás não teria passado por um terço das situações que passei quando o assunto é conhecer novas pessoas e ir em novos locais.
Tenho uma sensação
de crescimento muito maior e, não tenho palavras para descrever
isso. É algo único e que, para mim, tem muito ajuda de Deus que me
deu as pessoas certas para me fazerem acreditar mais em mim.
Posso dizer que esse
site, assim como os outros projetos que virão logo menos são parte
de um desastre que a pessoa mais desastrada do mundo resolveu cuidar
e, apesar de todos os desvios de percurso, é o melhor desastre e a
melhor fonte de motivação que poderia pedir.
Por último, quero
apenas deixar esclarecido que esse texto ele tem um tom mais pessoal
e diferente, mas deixo avisado que estou trabalhando para que os
conteúdos cheguem de uma forma mais dinâmica e rápida para vocês
e prometo me esforçar para melhorar os pontos de defasagem.
Agradeço muito a
você que lê os textos ou nos segue nas redes sociais e acaba
acompanhando algum dos materiais mencionados por aqui por meio das
indiciações. Isso significa muito e prova que o trabalho está
sendo bem-feito. Então, novamente, meus mais sinceros obrigados.
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